O luto tem que ser vivido mas a vida segue e a luta continua

De todas as perdas de personalidades que o Brasil sofreu, a morte do Paulo Henrique Amorim foi a que mais mexeu com minha alma.

Acompanhava, diariamente, PHA no seu Conversa Afiada. Era sempre quem eu lia primeiro, ao acordar.

Perdeu o Brasil, perdemos nós, perdi eu.

Na noite do acidente de carro que nos levou Marília, meu pai me abraçou e disse ao meu ouvido: “quem morreu não foi você. Força. A vida continua”

O luto tem que ser vivido, mas a vida segue e ninguém solta a mão de ninguém.

A luta continua…

– vá em paz, e “boa sorte”, PHA!!!!

 

 

 

 

Soltaram o ForaTemer (Diálogos com a vovó)

Vovó lendo uma revista

Gustavo: – vovó, quem é esse moço, aqui?

– esse aqui é o Moro.

– Moro? De que time ele é?

– como assim? De que time ele é? Não é de time nenhum e nem sei pra quem ele torce, não!

Helena: nãããooo vovó! O Gu quer saber se o Moro é do Bolsonaro!!!

– ah tá! É sim. É do time do Bolsonaro. Foi ele quem mandou prender o Lula.

– hã…. o LulaLivre… vovó, você sabia que prenderam o Fora Temer?

– sabia! Só que já soltaram…

– soltaram o ForaTemer?

– soltaram, Gu!

Com a mãozinha na boca aberta e os olhinhos arregalados 😳 chamando Helena:

– Lê, Lê!!! Soltaram o ForaTemer… 😳😳😳

 

O Espirro sob a ótica filosófica

Eu assisti a série Merli, da Netflix.

Umas das boas coisas que eu vi nos últimos anos. Pra mim,  impecável.

A história é de um professor catalão de filosofia pra adolescentes, cujo nome deu o título da série: Merli.

O autor da série deu uma entrevista contando porquê resolveu escrevê-la. Eu concordo em tudo com ele.

Tirar filosofia da grade escolar é um absurdo. É a filosofia que nos torna seres pensantes, questionadores, mais sábios… É ela que nos faz enxergar o que nossos olhos não enxergam.

Como bem disse o Merli: pra quê estudar filosofia? Pra você deixar de ser imbecil… Perfeito, Merli

Assistindo à série, completamente apaixonada pela forma do Merli ensinar, de se relacionar com os alunos, eu me lembrei de um fato.

Vitória há uns anos chegou do colégio, aos prantos. Isso no penúltimo bimestre do ano letivo.

– quê que houve, menina do céu?

– minha professora de FI LO SO FI A zerou minha prova.

– zerou sua prova? Como assim? Quê que você aprontou?

Parênteses

Vitória nunca foi bagunceira, sempre mais na dela, de pouca conversa. E é extremamente alérgica. Mas é muuuuito alérgica. Espirra o dia inteiro. E não espirra fraco, não. São uns senhores espirros. Já ouvi dizer que isso é bom. Espirrar pra dentro é perigoso.

– eu estava fazendo a prova e o ar condicionado estava ligado. Dei um espirro, a sala toda riu e aí ela zerou minha prova e me mandou pra coordenação.

– não acredito! A sua professora de FILOSOFIA zerou sua prova, no penúltimo bimestre, por conta de um espirro?

– foi….

Fui à escola.

– quer dizer que você zerou a prova da Vitória, no penúltimo bimestre, por causa de um espirro?

– não foi só por causa de um espirro.

– ah não? E por quê foi, então?

– ela espirra muito alto! O resto da sala toda caiu na risada e atrapalhou a concentração dos alunos…

– olhaaaa, eu não posso acreditar numa coisa dessa! Quando eu assinei o contrato com a escola,  não estava escrito lá, qual a altura permitida de um espirro, não… e tenha a santa paciência… O que dizem os filósofos a respeito da altura de um espirro? Eu estou te perguntando isso, porque eu não cursei filosofia, mas já li alguma coisa, eu gosto muito de filosofia e, de repente, eu pulei esse capítulo,   né?

– eu até gosto muito da Vitória, mas eu não posso voltar atrás. Mas a senhora não se preocupe. Ela tem boas notas. Vai recuperar no próximo bimestre…

Booommm…..  eu não tinha muito a dizer pra moça. Só mesmo….

– ééé!!!! Nem toda pessoa que faz filosofia, se torna um filósofo, né?????

 

 

 

 

Low Carb

Onde eu faço ioga, já contei aqui, tem tipo um quiosque onde um rapaz sempre serve pra gente, gratuitamente, um chá depois da aula.

Ele vende também, algumas comidinhas deliciosas.

Hoje eu saí da aula, comprei um saquinho de doce de leite em quadradinhos.

Faz ioga comigo um rapaz todo natureba, açúcar nem pensar! Trabalha com medicina chinesa. É com quem eu faço acupuntura.

– eu hoje queria um cafezinho, ao invés do chá. Tem?

– tem. Com açúcar ou com adoçante?

–  adoçante.

Abri o pacotinho de doce de leite e comi um quadradinho, junto com o cafezinho.

O rapaz da acupuntura:

– mas vem cá.  Você toma o café com adoçante e come junto o doce de leite???? É doida, é???

Eu ri muito e me lembrei da Luana, minha filha, que anda fazendo uma alimentação muito saudável. Pouco doce, pouco carboidrato, etc., etc…

Outro dia eu perguntei pra ela:

– Luana, qual é o seu regime de casamento?

Ela me respondeu, às gargalhadas:

– low carb!!!!

🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

 

É exame ou é tortura?

Tem coisas que eu não gosto muito. Outras, eu tenho pavor. Detesto.

Sair de casa. Não gosto muito. Na minha juventude eu ajudava minha mãe a semana toda, pra ela me liberar, no final de semana, pra eu ir pra casa das minhas amigas. Saía da minha casa pra ir pra outra casa. E por lá eu ficava até domingo à noite. Na minha fase adulta,  aí sim. Até os meus 30 anos, mais ou menos, eu saí muito. Muito mesmo. Trabalhava de dia, estudava de noite e  depois da aula eu ia farrear. Minha mãe me dizia pra eu tomar muita vitamina pra eu não estafar. Depois de casada, eu saía muito também. Muitos passeios com Wayne e as meninas, muitas festas… Depois dos 30 eu voltei aos 17. Como dizia minha mãe “aquietei o facho”. E pra sair de casa….

Abre parêntese

Eu não gosto de sair de casa, mas gosto de viajar.  Diz o meu genro e a Luana que eu gosto de viajar pra ficar no hotel… exagero… mas se eles estiverem certos,  eu não sou incoerente. Continuo a gostar de ficar em casa…

Fecha parêntese

Isso é uma das coisas que eu não gosto muito.

Agora,  fazer exames… eu tenho pavor…

Detesto essa fuçação. Ô coisa chata! E médico gosta de fuçar né, não? Quem caça, acha já dizia minha mãe….

E tem uns exames…  que, fala sério! São verdadeiras torturas…

Ontem eu coloquei aquele tal daquele holter. Cacete!!!! Eu não quero nem ver o resultado. Eu fiquei tão desesperada com aquela quantidade de fios no meu corpo, com aquela “maleta” pendurada no meu cinto… que vai dar tudo alterado. Escreve,  aí….

– Alô, alô povo da tecnologia!!! Não dá pra modernizar isso, não? Vamos pensar juntos:

Colocam-se aquelas bolinhas no corpo da gente,  SEM FIOS. Entrega-se uma caixinha, SEM FIOS, pra gente e as bolinhas vão mandando as informações pra caixinha, onde ficará tudo gravado…. tipo um controle remoto… ele não conversa com a TV, com carrinhos, etc, sem fios?

Pensem aí sobre isso… podem ser mandadas as informações via WiFi, também… quem sabe dá certo? O que não dá é, em pleno século XXI, o povo indo pra Marte, e uma criatura ficar enrolada numa porrada de fios, carregando uma maleta pendurada no cinto e ainda por cima tendo que brincar de estátua, toda vez que o aparelho aperta seu braço, fazendo uma barulheira infernal, que não deixa a criatura dormir, pra medir pressão e ver batimentos cardíacos.  Isso é coisa da idade da pedra… é ou não é???? Ah! Mas é messsmo.

Eu fiquei tão desesperada pra me livrar dos danados dos fios, que me esqueci que depois de retirá-los (ufa!!!) eu ia correr na esteira… fui de roupa de passear e de sandália.

– a senhora pode trocar a roupa, colocar o tênis pra fazer o teste de esforço.

Silêncio total…..

– xiiii!!!! Não trouxe nada… e não vou voltar aqui, nem moooorta…

– tá.  Vamos improvisar alguma coisa…

E assim, morrendo de rir,  as mocinhas improvisaram uma roupicha pra eu correr,  lindamente, descalça, na esteira…

…. Com uma porrada de fios colados no meu corpo. .

Ano que vem tem mais 🤯

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Vovó não sabe de nada… (Diálogos com a vovó)

– Helena e Gustavo, vovó vai fazer um mingau de aveia pro vovô. Vocês gostam?

Helena:  – hummm!!! É o meu preferido!!!

Gustavo: – mas eu gosto mais de chocolate…

– mas a vovó não sabe fazer mingau de chocolate não, Gu!!!

Helena: – vovó,  é a mesma receita!!! É só misturar o cacau, vovó!!!

– mas a vovó não tem cacau não,  Lê!

– Helena: – mas você não tem Nescau, vovó?

– Ah! Nescau a vovó tem!

– Helena: – então vovó! Nescau é que nem o cacau!!!

– Gustavo: – é, vovó!!!! É a mesma coisa….

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Pedaço de mim

Ano passado eu dei uma entrevista participando de um projeto muito bacana.

Vou compartilhar com vocês um pedacinho de mim.

“Camélias é um projeto voltado para o empoderamento feminino e toda a beleza que envolve esse universo. Essa flor, que tem diversos significados dependendo de sua cor, representa todas as mulheres que dividiram suas histórias de vida, fortalecendo a voz feminina. Suas falas podem gerar reflexões importantes para a desconstrução da misoginia. A mulher é símbolo de fortaleza, luta, causas e de muita história”

 

A mulatinha que tocava sanfona e dançava dentro da gaiola

Anda meio difícil de dar gargalhadas… Tempos estranhos…

Uma tragédia atrás da outra,  o país parecendo uma embarcação sem rumo, declarações dos que fazem parte do governo pra lá de estapafúrdias… uma doideira generalizada.

Mas eu, entre os meus defeitos, tenho uma qualidade: a capacidade de rir de mim mesma, e eu dei boas gargalhadas essa semana.

Estou eu conversando com o rapaz que pinta meu cabelo sobre o aprendizado de tocar instrumentos.

Me meti agora a aprender a tocar violão. Dei um tempo no piano.

– é!!!! Não é fácil tocar qualquer instrumento né, Liliana?

– Não mesmo!!! Cada um com suas dificuldades. Eu tô aqui com as pontas dos dedos e o pulso doendo pra caramba. E tive que cortar minhas unhas no toco… mas eu chego lá!

– você sabe que quando eu era menino,  eu morava numa fazenda e meu irmão inventou de aprender a tocar sanfona…

– ih!!!! Sanfona é difícil, viu?

– pois é. Ele desistiu. Mas na fazenda tinha uma mulatinha e a danada ficava vendo meu irmão tentando tocar e num é que ela aprendeu a tocar a sanfona?

– ah!!!! Mas os negros, os mulatos carregam no DNA a musicalidade… cantam, tocam… São danados,  viu?

– mas era muito engraçado… a gente ria muito… ela ficava com os bracinhos pra lá e prá cá e dançava (imitou a mulatinha tocando a sanfona e dançando)

– eu imagino. São muito espertos e graciosos… Tá no sangue…

– e ela não tinha muito espaço. Imagina se tivesse??? Ficava dançando pra lá e pra cá,  dentro da gaiola…

– ??????????????  (Pulei da cadeira e fiquei de frente pra ele) Como assim? Dentro da gaiola?

– ééé!!!! Ela não ficava solta… ficava presa dentro de uma gaiola!!!

– ?????????? Dentro de uma gaiola? Peraí. Tem alguma coisa errada nessa história. Quem aprendeu a tocar a sanfona?

– a mulatinha….

–  mas ela tocava e dançava dentro de uma gaiola? Que doideira é essa? Vem cá. Quem é essa mulatinha, pelamordedeus?

– uai!!!! Você não conhece a mulatinha?

– pra mim, mulatinha é uma moça mulatinha… mas não deve ser isso, né? Porque prender uma mocinha mulatinha dentro de uma gaiola e botar a coitadinha pra tocar sanfona e dançar,  tem alguma coisa errada aí…

– kkkkkkkk!!!!! Nãããooo, Liliana! Mulatinha é um pássaro da família do papagaio…

– ah!!! Nossa!!! Que susto!!!! Ainda bem que não era o que eu estava pensando.  Que alívio!!!

Saí do salão e vim pra casa chorando de rir de mim mesma. Chorando de rir e aliviada… os tempos andam tão estranhos…

 

 

Parece mas não é…

Planta é um negócio engraçado. Quando a gente vê uma flor ou mesmo uma folhagem muito bonita a gente diz: nossa, que coisa mais linda! Parece que foi feita! E quando a gente vê uma artificial muito bem feita,  a gente diz: nossa! Parece de verdade. Não é assim?

Pois é!

Hoje pela manhã eu fui ao Polo Verde com minha sogra, minha cunhada e Wayne comprar umas mudas de plantas.

Para quem não mora em Brasília, o Polo Verde é um lugar onde se vendem plantas. Mudas ou em vasos. É um lugar muito gostoso. Mesmo que não se compre nada, vale a visita para admirar a beleza das flores e folhagens.

Minha sogra adora plantas. Ela mora em apartamento e faz do jardim do prédio, o Jardim da casa dela. Não deixa de ser,  num é? E planta árvores, flores, folhagens,  grama, faz passarela, enfeita os troncos das árvores com orquídeas…. é louca pelas orquídeas…

Não. Ela não é síndica do prédio, não. É só moradora mesmo. Mas é um gosto dela. Isso a faz feliz e o jardim do prédio está sempre muito bonito.

Pois bem. Compramos lá umas mudinhas e demos de cara com uma orquídea que encheu nossos olhos. Eu também gosto muito das orquídeas. Tenho algumas em minha casa, já vi muitas fotos de orquídeas,  já visitei alguns orquidários mas nunca tinha visto uma orquídea daquele modelo, naquela cor.

Minha sogra ficou encantada. Minha cunhada também. Eu idem.

– nossa, Liliana, olha essa aqui. Que coisa mais linda!

– é mesmo! E eu nunca vi uma orquídea assim…

– nem eu…

Minha cunhada pegou logo a orquídea.

– vamos levar. É muito linda! Vou levar a orquídea no colo. O resto das plantas o vendedor vai entregar em casa.

Saímos do polo verde, minha cunhada com a orquídea maravilhosa, espécie rara, nas mãos e entramos no carro.

Minha sogra:

– engraçado! Eu estou desconfiada que essa orquídea é artificial!

– né não!!!! Ela tem até um pelinho atrás das pétalas.

Minha cunhada:

– ééééé!!!! Não sei não… Eu também tô achando…

– Não é não, gente. Passa a mão nas pétalas dela pra você ver que tem uns pelinhos. (Eu estava dirigindo)

– tem mesmo. Mas tem uns ferrinhos também…

Paramos o carro num restaurante e eu fui examinar a orquídea.

– kkkkk!!!! Pois num é que mesmo???? Mas que perfeição! Parece de verdade…

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Nossa essência é pura luz!

Eu faço ioga em um espaço muito gostoso. Posso dizer que faço ioga ao ar livre,  porque é tipo um quiosque só com o telhado. Não tem paredes. É rodeado de muito verde, muitas flores e cantos de passarinhos. É realmente um privilégio fazer aula de ioga em um lugar como o que eu faço.

Minha professora é uma criaturinha muito especial. Serena sem ser muito zen, alegre, doce e me transmite uma enorme sensação de paz e de sossego interior.

Um dia eu chego lá…

Minhas aulas são sempre muito gostosas. Ouço sempre dela, palavras que me estimulam a encontrar a minha paz, a minha luz interior, que é a nossa essência. Ela sempre diz: “nossa essência é pura luz. ”

Saio de lá sempre exausta porque, pra quem não sabe, ioga é puxado e cansa… Mas sempre mais leve do que cheguei lá, mais serena e mais bem disposta.

Na última aula, ao final, ela disse ter se lembrado de uma mensagem de São Francisco e gostaria de compartilhar com a gente.

Vou transcrevê-la e deixar aqui pra vocês.

É muito bonita. Aproveitem!!!

“MENSAGEM
Quando não há nada mais a ser dito, silencia.
Quando não há mais nada a ser feito, permitas apenas ser, apenas estar e fica na companhia do teu coração e este indicará o momento apropriado para agires.
Quando a lentidão dos dias acomodar tua vontade, enlaçando-te com os nós da intranqüilidade, descansa e refaz tua energia.
Não há pressa, a prioridade é que tu encontres novamente a tua essência para que tenhas presente em ti a alegria de ser e estar.
Quando o vazio instalar-se em teu peito, dando-te a sensação de angústia e esgotamento, repara tua atenção e encontra em ti mesmo a compreensão para este estado.
É necessário descobrirmo-nos em tais estados, para que estes não se transformem no desconhecido, no incontrolável.
Tudo pode ser mudado, existe sempre uma nova escolha para
qualquer opção errada que tenhas feito.
Quando ouvires do teu coração que não há nenhuma necessidade em te preocupares com a vida, saibas que ele apenas quer que compreendas que nada é tão sério a ponto de te perderes para sempre da tua divindade, ficando condenado a não ver mais a luz que é tua por natureza.
Não te preocupes, se estiveres atento a ti mesmo verás que a sabedoria milenar está contigo, conduzindo-te momento a momento àquilo que realmente necessitas viver.
Confia e vai em teu caminho de paz.
Nada é mais gratificante que ver alguém submergindo da escuridão apenas por haver acreditado na existência da luz.
Ela sempre esteve presente…
Era só abrir os olhos…”

São Francisco de Assis