Tem coisas que eu não gosto muito. Outras, eu tenho pavor. Detesto.
Sair de casa. Não gosto muito. Na minha juventude eu ajudava minha mãe a semana toda, pra ela me liberar, no final de semana, pra eu ir pra casa das minhas amigas. Saía da minha casa pra ir pra outra casa. E por lá eu ficava até domingo à noite. Na minha fase adulta, aí sim. Até os meus 30 anos, mais ou menos, eu saí muito. Muito mesmo. Trabalhava de dia, estudava de noite e depois da aula eu ia farrear. Minha mãe me dizia pra eu tomar muita vitamina pra eu não estafar. Depois de casada, eu saía muito também. Muitos passeios com Wayne e as meninas, muitas festas… Depois dos 30 eu voltei aos 17. Como dizia minha mãe “aquietei o facho”. E pra sair de casa….
Abre parêntese
Eu não gosto de sair de casa, mas gosto de viajar. Diz o meu genro e a Luana que eu gosto de viajar pra ficar no hotel… exagero… mas se eles estiverem certos, eu não sou incoerente. Continuo a gostar de ficar em casa…
Fecha parêntese
Isso é uma das coisas que eu não gosto muito.
Agora, fazer exames… eu tenho pavor…
Detesto essa fuçação. Ô coisa chata! E médico gosta de fuçar né, não? Quem caça, acha já dizia minha mãe….
E tem uns exames… que, fala sério! São verdadeiras torturas…
Ontem eu coloquei aquele tal daquele holter. Cacete!!!! Eu não quero nem ver o resultado. Eu fiquei tão desesperada com aquela quantidade de fios no meu corpo, com aquela “maleta” pendurada no meu cinto… que vai dar tudo alterado. Escreve, aí….
– Alô, alô povo da tecnologia!!! Não dá pra modernizar isso, não? Vamos pensar juntos:
Colocam-se aquelas bolinhas no corpo da gente, SEM FIOS. Entrega-se uma caixinha, SEM FIOS, pra gente e as bolinhas vão mandando as informações pra caixinha, onde ficará tudo gravado…. tipo um controle remoto… ele não conversa com a TV, com carrinhos, etc, sem fios?
Pensem aí sobre isso… podem ser mandadas as informações via WiFi, também… quem sabe dá certo? O que não dá é, em pleno século XXI, o povo indo pra Marte, e uma criatura ficar enrolada numa porrada de fios, carregando uma maleta pendurada no cinto e ainda por cima tendo que brincar de estátua, toda vez que o aparelho aperta seu braço, fazendo uma barulheira infernal, que não deixa a criatura dormir, pra medir pressão e ver batimentos cardíacos. Isso é coisa da idade da pedra… é ou não é???? Ah! Mas é messsmo.
Eu fiquei tão desesperada pra me livrar dos danados dos fios, que me esqueci que depois de retirá-los (ufa!!!) eu ia correr na esteira… fui de roupa de passear e de sandália.
– a senhora pode trocar a roupa, colocar o tênis pra fazer o teste de esforço.
Silêncio total…..
– xiiii!!!! Não trouxe nada… e não vou voltar aqui, nem moooorta…
– tá. Vamos improvisar alguma coisa…
E assim, morrendo de rir, as mocinhas improvisaram uma roupicha pra eu correr, lindamente, descalça, na esteira…
…. Com uma porrada de fios colados no meu corpo. .
Ano que vem tem mais 🤯